terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sustentabilidade - O diesel que vem da cana

A biotecnologia será assunto recorrente na pauta econômica de 2010. É o que indica a agenda de votações da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão responsável por aprovar - ou vetar - o cultivo e a comercialização de produtos geneticamente modificados no Brasil. O ano mal começou e já há uma fila de inovações aguardando o aval da Comissão em áreas como biocombustíveis, fármacos, alimentos funcionais e, claro, agricultura. AMANHÃ realizou um pequeno levantamento e listou as grandes novidades que deverão passar pela análise da CTNBio ao longo deste ano. Confira:

• O diesel que vem da cana: a partir de fevereiro, a CTNBio deverá colocar em análise uma das mais impressionantes inovações biotecnológicas da história. Trata-se de uma levedura da cana-de-açúcar capaz de sintetizar óleo diesel no lugar do bom e velho etanol. A tecnologia pertence a uma empresa americana, mas foi desenvolvida no Brasil e se adapta perfeitamente às linhas de fermentação já existentes nas usinas do país. "Além de renovável, esse diesel é extremamente puro, livre de enxofre e com baixas taxas de oxigênio, o que evita o desgaste dos motores e reduz a poluição", explica Walter Colli, presidente da CTNBio.

• Alimentos que alimentam melhor: o ano também deverá marcar a entrada de grãos enriquecidos com vitaminas e aminoácidos no mercado brasileiro. Nos Estados Unidos, já foi aprovada uma nova variedade de soja com alto teor de Ômega-3, que ajuda a controlar o colesterol e previne doenças cardíacas. Os americanos também estão comercializando grãos de milho enriquecidos com lisina, um aminoácido essencial na ração de animais - o que barateia o custo de criadores de gado. Segundo Alda Lerayer, diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), é bastante provável que essas tecnologias acabem desembarcando no Brasil até o final de 2010. "São produtos que buscam não só elevar a produtividade no campo, mas também reduzir os custos do comprador", diz ela.

• Celulose sem desmatamento: a Universidade Estadual Paulista (Unesp) já tem tecnologia e os primeiros protótipos de uma película de celulose produzida a partir de colônias de bactérias - o que dispensa a derrubada de árvores. Por enquanto, a solução está sendo testada em produtos médicos, como curativos e pele artificial. A grande vantagem é o grau de pureza: ao contrário da celulose tradicional, a variedade "bacteriana" não contém nenhum tipo de contaminante ou agente potencialmente tóxico.

• Agricultura mais resistente: grande parte das inovações que começam a despontar no horizonte da biotecnologia vem da Embrapa. A estatal de pesquisa agropecuária desenvolveu, por exemplo, uma variedade de feijão resistente á Doença do Mosaico - um vírus que costuma gerar grandes prejuízos aos produtores - e várias espécies de plantas tolerantes a seca. "É algo que está sendo desenvolvido e deverá ter grandes avanços neste ano", revela Alda, do CIB.

Fonte: Revista amanhã
Acesso: 02.02.2010

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